A pessoa com surdez tem muitos
obstáculos a enfrentar para participar da educação escolar, as
práticas educacionais da escola desfavorecem o aluno com surdez
devido à falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo,
sócio-afetivo, linguístico e politico - cultural que influenciam na
sua aprendizagem. Vários autores e pesquisadores nos trouxeram
textos que auxiliam na educação de alunos com surdez na escola
comum, valorizando as diferenças na escola, na sociedade, e
reconhecendo sua capacidade como ser humano.
Estas pessoas precisam ser vistas como
seres com grande potencial, capazes de ensinar e aprender. A
sociedade, a família e a escola precisam reconhecer que a pessoa com
surdez é capaz de desenvolver suas potencialidades dentro e fora do
ambiente de aprendizagem. Segundo Pierucci (PIERUCCI, 1999), eles
precisam ser trabalhados no espaço escolar de acordo com sua
deficiência, a qual tem diferenças e limitações que devem ser
respeitadas. No entanto, não podemos justificar o fracasso nessa
questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença, conforme
lembra Damázio e Ferreira (2009, p. 8), pensar e construir uma
prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento e
potencialidades das pessoas com surdez é fazer com que a instituição
esteja preparada para compreender essa pessoa e suas singularidades,
diferenças e contextos de vida.
Precisamos entender que mais do que
uma língua, eles necessitam de um ambiente educacional estimulador
que exercitem sua capacidade perceptivo-cognitiva.
A Nova Politica Nacional de Educação
Especial, numa perspectiva inclusiva, acredita na dicotomização das
pessoas com ou sem deficiência, valoriza e respeita o ser humano em
suas especificidades, sempre os igualando na convivência, na
experiencia e nas interações. Assim, superar o paradigma da
dicotomização entre oralistas e gestualistas, bem como na leitura e
na escrita, colocando o bilinguismo como forma de liberdade, sob a
ótica multicultural, abrindo caminhos para outros contornos: a
Libras e a Língua Portuguesa em suas variantes de uso padrão, além
de seus aspectos formais e pragmáticos.
Com a abordagem bilíngue aplica-se a
obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de
dezembro de 2005, que “determina o direito de uma educação que
garanta a formação da pessoa com surdez, em que a língua
Brasileira de Sinais e a língua Portuguesa, preferencialmente na sua
modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o
acesso às duas línguas de forma simultânea no ambiente escolar,
colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo”.
Damázio, Ferreira (2009, p. 09).
O Decreto 6.571 de 17 de setembro de
2008, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado, que
envolve três momentos didáticos pedagógicos: Atendimento
Educacional Especializado de Libras, Atendimento Educacional
Especializado em Libras e de Atendimento Educacional Especializado de
Língua Portuguesa, ofertando ao aluno com surdez o acesso ao
currículo e que promove a sua inclusão.
Defender a reinvenção das práticas
pedagógicas na perspectiva da educação para pessoas com surdez é
validar uma sociedade com integração, onde todos possam ter
oportunidades para uma vida em comunidade, ou seja, atuando e
interagindo com o mundo. È preciso criar iniciativas que
desconstruam os modelos conservadores das escolas comuns, para formar
uma educação escolar inclusiva, pautada nos valores das diferenças.
Referências Bibliográficas:
Coletânea UFC – MEC/ 2010: A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com surdez – Atendimento
Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.
DAMÁZIO, M. F., ALVES, Carla B. E
FERREIRA, Josimário de P. Educação Escolar de Pessoas com surdez
In AEE: Fascículo 04: Abordagem Bilíngue na escolarização de
pessoas com surdez. Fortaleza: UFC; 2010. p. 07-09.
DAMÁZIO, Mirlene F.M.- Educação
Escolar Inclusiva das Pessoas com Surdez na Escola Comum: Questões
Polêmicas e Avanços Contemporâneos. In: II Seminário Educação
Inclusiva: Direito à Diversidade, 2005, Brasília. Anais...Brasília:
MEC, SEESP, 2005. p. 108-121.